Iremos iniciar uma série de artigos relacionados à alimentação, focados na performance. Mas para entender o porquê daquelas indicações de uso de carboidrato nos treinos precisamos compreender melhor de onde vem essas recomendações, começando pelo gasto energético.
Antes de entrar no ponto central deste artigo, é preciso entender de que forma é medida a energia contida nos alimentos.
Uma caloria expressa a quantidade de calor necessária para aumentar em um grau Celsius (1ºC) a temperatura de um litro (1l) de água. Dessa forma, quilograma caloria ou quilocaloria (kcal) define a caloria com mais precisão.
Por exemplo: Se determinado alimento contém 450 kcal, a liberação de energia potencial contida dentro da estrutura química desse alimento eleva em 1ºC a temperatura de 450 l de água.
A quebra dos alimentos durante a digestão, e dos nutrientes pelas células, libera energia térmica que pode ser expressa em calorias ou quilocalorias.
Observemos o rótulo abaixo.
Podemos observar que a primeira informação é a do valor energético contido na determinada porção do alimento em questão, na unidade de kcal e seu equivalente em kj (quilojoules), mas que diabos é joule? Essa é para lembrar das aulas de física no ensino médio.
O joule (J) ou quilojoule (kj) é a unidade internacional padronizada (do Sistema Internacional de Unidades, SI) para expressar energia. Para fazer a conversão de quilocalorias (kcal) para quilojoules (kj) basta multiplicar o valor em quilocalorias por 4,184.
Lembrando: 1 kj = 1.000 j, assim como 1 kcal = 1000 cal.
No exemplo anterior de um alimento contendo 450 kcal:
450 kcal x 4,184 = 1883 kj
Quase todos os países que usam o Sistema Internacional de Unidades expressam os valores energéticos dos alimentos e bebidas em joules (J) ou em seu múltiplo quilojoule. Como o Brasil adota esse sistema, as calorias nos rótulos são expressas em joules. Ambas as unidades (kj e kcal) estão presentes em nossos rótulos devido a uma determinação de 2015 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), recomendando que os valores calóricos dos alimentos sejam expressos em quilocalorias (kcal).
Para calcular o gasto energético de uma pessoa, ou seja, o quanto uma pessoa deve ingerir de calorias no dia para manutenção de peso é realizada a soma dos itens abaixo:
Todos esses valores, citados acima, são calculados a partir de fórmulas específicas que levam em consideração a idade, peso, altura, composição corporal, e claro, o tipo de exercício físico, sua duração e intensidade. Esses cálculos devem ser feitos de forma individualizada por um profissional nutricionista experiente. Quando há objetivo de perda ou ganho de peso esses valores são ajustados, deixando o balanço energético positivo ou negativo.
O balanço energético é o equilíbrio entre as calorias ingeridas e calorias gastas. Conforme o objetivo do indivíduo, esse valor pode ser equilibrado (não ocorre mudança no peso), positivo (ocorre ganho de peso) ou negativo (ocorre perda de peso).
(Figuras adaptadas de McArdle, Katch, Katch. 2016).
Agora, vamos falar um pouco sobre como suprir esse gasto energético total (GET). Além das calorias, devem ser levados em consideração os nutrientes, sendo eles, os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e os micronutrientes (vitaminas e minerais). Vamos conhecê-los melhor:
Você pode pesquisar seu alimento favorito e ver seus nutrientes nesse link:
A recomendação para população geral de ingestão de macronutrientes varia conforme o objetivo, limitações e necessidades do indivíduo:
(Figura adaptada de International Vegetarian Union. Guia de Nutrição Vegana para adultos).
Atletas de alto rendimento têm necessidades de carboidratos mais altas, ultrapassando a recomendação geral de até 65% das calorias em carboidratos.
Nos próximos artigos iremos abordar mais as recomendações de carboidratos pré, intra e pós treino, quanto, quando e como ingerir. Fique ligado!
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Ainsworth et. al. Compendium of physical activities: classification of energy costs of human physical activities. Med Sci Sports Exerc., 1993.
Ainsworth et. al. 2011 Compendium of Physical Activities: a second update of codes and MET values. Med Sci Sports Exerc., 2011.
Manual de Pesquisa das Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 4ª ed. 2003.
McArdle, Katch, Katch. Fisiologia do Exercício. Nutrição, Energia e Desempenho Humano. 8ª ed. 2016.
McArdle, Katch, Katch. Nutrição para o desporto e o exercício. 2001.
Pollock et. all. Acsm Position Stand: The Recommended Quantity And Quality Of Exercise For Developing And Maintaining Cardiorespiratory And Muscular Fitness, And Flexibility In Healthy Adults. Medicine & Science in Sports & Exercise, 1998.
Ravagnani et. all. Estimativa do equivalente metabólico (MET) de um protocolo de exercícios físicos baseada na calorimetria indireta. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2013.
Slywitch, E. Guia de Nutrição Vegana para Adultos da União Vegetariana Internacional: versão para profissionais da saúde. 2022.