Ícone de fechar

Conexões do Psoas

Por Marcus Lima em 07 de abril de 2015

Mais uma postagem sobre o a função do músculo psoas, esta escrita pela Dra. Kathy Dooley, quiroprata residente em Nova Iorque. Kathy é uma especialista em anatomia, dando aulas em diversas instituições americanas. Ela escreve uma ótima série sobre anatomia em seu website (drdooleynoted.com) chamada “Anatomy Angel”.

Vale comparar a abordagem da Dra Dooley sobre o psoas com outro artigo postado neste espaço sobre o mesmo tema, escrito pelo Chuck Wolf: Anatomia Funcional – Psoas.

 

Conexões do Psoas

Kathy Dooley

 

Todas pessoas no planeta parecem saber onde o grupo muscular do psoas está localizado.

E quem conhece o psoas, provavelmente o está alongando.

Imaginar as pessoas alongando o psoas me faz ranger os dentes – principalmente porque este músculo se desmancha em minhas mãos durante a dissecação. Neste ponto de minha carreira, já realizei, ajudei ou visualizei mais ou menos cerca de 850 dissecações.

Ao colocar uma carga excêntrica (alongamento) neste músculo, você tem que envolver muitos jogadores (músculos) que podem não ser sensíveis a puxada que você está exercendo.

O psoas maior se insere nos discos intervertebrais, iniciando abaixo da última vértebra torácica e se estendendo até a quinta vértebra lombar. Não se inserindo no disco lombossacral, uma área bem sensível à ser herniada.

Além dos discos, o psoas se adere aos corpos vertebrais e os processos transversos destas vértebras.
Superiormente, o ligamento arqueado medial do diafragma se conecta ao psoas. Medialmente, as fibras do psoas são praticamente indiscerníveis da crura do diafragma.

Então, a cada vez que você respira, o psoas e o diafragma trabalham juntos para fornecer estabilidade espinhal anterior.

N.T: Podemos ver a conexão de tecidos fasciais entre o psoas e o diafragma

Durante o desenvolvimento, o psoas é formado ao redor de importantes nervos lombares. Na dissecação, estes nervos estão tão embutidos no músculo que não conseguimos ver sua fonte até que o psoas seja dissecado.


Estes nervos suprem importantes músculos na coxa, assim como os nervos cutâneos cobrem uma imensa área na parte anterior do abdome, coxa, virilha, inclusive o escroto e lábio maior. Até mesmo o sistema nervoso autônomo corre diretamente medial (e profundo) ao psoas.

A fáscia que cobre o psoas, cobre também o rim, assim como quase todo o músculo quadrado lombar.

Por isto que o “sinal do psoas” (leia-se: flexão do quadril) exacerba a dor renal, quando esta está presente.

Ainda não acabamos, já que o psoas maior se junta a outro flexor e rotador  externo do quadril chamado ilíaco. Estes dois tem diferentes inervações, mas compartilham a mesma inserção no fêmur.

O psoas cruza muitas articulações, o ilíaco não. O ilíaco também não tem nervos cruzando seu ventre muscular e não estabiliza a coluna.

Se a sua coluna lombar dói e os flexores do quadril parecem estar tensos, alongar o psoas pode não ser o correto para você. Isto é particularmente verdade se você tem dificuldade em puxar a parte anterior do gradil costal em direção aos quadris. Esta inclinação da parte anterior do gradil costal é crucial para que o diafragma contraia diretamente inferiormente e não em um ângulo oblíquo.

Isto costuma se apresentar em pessoas com um diafragma rígido.

Alongue as estruturas adjacentes – não o psoas!

Se os quadris estão tensos devido a uma inclinação anterior do quadril (N.T: Anteversão pélvica), o psoas não é o músculo a ser alongado. Imagine colocar tensão neural em todas estas estruturas passando pelo psoas!

Estabilize a coluna e mova-se através do quadril. Libere o gradil costal para que o diafragma possa se mover apropriadamente. Deixe o psoas quieto e ponha o foco na anatomia adjacente.

(N.T: Muitas vezes, o resgate da respiração adequada e a estabilização via controle apropriado da pressão intra-abdominal faz com que o centramento entre o gradil costal e a pelve faz com que a tensão do psoas desapareça. Melhorando inclusive o posicionamento excessivamente anterior da pelve, anteversão pélvica. Uma abordagem especialmente útil neste cenário é o DNS – Dynamic Neuromuscular Stabilization, saibda mais no banner abaixo).

Como sempre, a decisão é sua.

 

DNS Exercício - Fortius


Artigo original: Anatomy Angel: Psoas Connections.

4 Comentários

  • Avatar Ramona disse:

    Quais seriam as estruturas adjacentes a serem alongadas ao inves do psoas?

    • Avatar xandao disse:

      Olá Ramona, obrigado pela participação. A autora explica no próprio artigo que um diafragma rígido e o gradil costal tenso é crucial para causar dores lombares, por exemplo. Utilize mais a liberação miofascial para o psoas por causa desta tensão relatada no artigo. Aprender a estabilizar a coluna (Exercícios de estabilização lombar são excelentes) e principalmente respirar (Utilizamos a respiração do DNS – Dynamic Neuromuscular Stabilization) são muito mais importantes do que tentar alongar uma estrutura que vive tensa.

  • Mas qd alongo o psoas tb não movimenta tb o diafragma?

    • xandao xandao disse:

      Olá Aldamiro, obrigado pela participação.
      Não necessariamente, o psoas e o diafragma trabalham durante a respiração em conjunto, mas não quer dizer que trabalhem juntos em outros movimentos. Uma das funções do diafragma é ajudar na respiração ao puxar o pulmão em direção caudal por diferença de pressão, enquanto isso o psoas pode estar completamente imóvel dependendo da posição do corpo.

Instituto Fortius