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Anatomia da Articulação Sacroilíaca

Por Marcus Lima em 26 de novembro de 2015

Outro baita artigo da Kathy Dooley, exímia anatomista. Desta vez o alvo é a anatomia da articulação sacroilíaca.
Boa leitura aos amigos!

 

Anatomia da Articulação Sacroilíaca

Kathy Dooley

 

A articulação sacroilíaca é uma enorme articulação estável que tem componentes fibrosos e móveis.

As superfícies auriculares do ílio e do sacro se articulam para formar esta articulação.

Mesmo em nossa juventude, esta articulação busca mais estabilidade do que mobilidade.

Os densos ligamentos anteriores e posteriores sacroilíacos ancoram os ossos um contra o outro, enquanto servem como pontos de fixação para importantes ligamentos que se inserem:

  • Na tuberosidade isquiática (através do ligamento sacrotuberoso);
  • No cóccix (através dos ligamentos sacrotuberoso e sacrococcígeo dorsal) e;
  • Na coluna lombar inferior (através do ligamento iliolombar).

A sacroilíaca apresenta um ligamento especial chamado ligamento interósseo, que ajuda a prevenir a mobilidade excessiva, já que a sacroilíaca estabiliza a pelve. Demonstrando a natureza fibrosa desta articulação.

A irrigação para a sacroilíaca vem da divisão posterior da artéria interna ilíaca.

A inervação para a articulação é controversa na literatura. Os estudos concordam que esta massiva articulação recebe uma sobreposição de inervação de muitos nervos lombossacrais, que inclui os seguintes:

  • Nervo obturatório (L2-L4);
  • Tronco lombossacral (L4-L5);
  • Nervo glúteo superior (L4-S1) e;
  • Ramos ventrais dos primeiros nervos sacrais.

A articulação sacroilíaca tem um movimento limitado, ela realiza uma inclinação anterior chamada nutação, e uma inclinação posterior chamada contranutação. Devido às grossas inserções ligamentares, a sacroilíaca possui menos de 2º de movimento no plano transverso (N.T: Abaixo um vídeo curto que mostra o tipo de movimento de que a articulação é capaz e uma visão geral de suas estruturas).


As conexões a partir dos ligamentos da articulação sacroilíaca se misturam com o ligamento iliolombar, a mesma inserção para os músculos quadrado lombar e ilíaco. Estes dois músculos servem como estabilizadores para esta articulação.

Se ocorre um desequilíbrio muscular entre estes dois (ilíaco e quadrado lombar), a estabilidade dinâmica para a articulação sacroilíaca é alterada. Muito frequentemente, isto resulta em uma inclinação anterior da pelve, que comprime o aspecto anterior da articulação. Frequentemente a dor é percebida na parte posterior, que está em alongamento.

Para retornar a uma posição de menor compressão, é necessário avaliar os desequilíbrios musculares e descomprimir a articulação. Este quadro é frequentemente referido como “Síndrome Cruzada Inferior” (N.T: Lower cross syndrome em inglês. Fruto do trabalho do checo Vladimir Janda).

Quando a sacroilíaca se apresenta comprimida, os culpados mais comuns da contração concêntrica (encurtamento muscular) são os seguintes músculos:

– Ilíaco.
– Eretores da coluna.
– Quadrado lombar.
– Piriforme.
– Coccígeo (através do ligamento sacrotuberoso).

Neste caso, os músculos comumente fracos que se encaixam na apresentação da “síndrome cruzada inferior” e incluem os seguintes:

– Abdominais, especialmente o reto e o transverso abdominal.
– Multífidos lombares.
– Glúteo máximo.
– Psoas maior.

Lembre-se: Quando os músculos falham, os ligamentos tem que segurar a barra. Eles não são tão dinâmicos como os músculos e não tem o abundante suprimento sanguíneo proporcionado aos músculos. Mas os ligamentos são dotados de propriocepção e alguma nocicepção. E alterações articulares podem certamente aumentar a tensão capsular posterior, aumentando o potencial para a percepção da dor. Então sim, você pode senti-los.

Ligamentos irritados podem requerer um processo inflamatório para se curar. Eles também exigem que os músculos comecem a trabalhar em sinergia novamente, para manter a arquitetura dinâmica enquanto os ligamentos se curam.

O reverso também pode acontecer, especialmente com trauma e gravidez. Os ligamentos sacroilíacos podem tornar-se frouxos, permitindo mais movimento rotacional do que normalmente é permitido. Os músculos podem não ter tempo para desenvolver o controle motor para se ajustarem à nova amplitude de movimento. Isto pode resultar em descompressão na sacroilíaca, combinado com desconforto na articulação.

Se trabalhar com uma sacroilíaca lesionada ou no pré/pós natal, é preciso um cuidado especial em ensinar como usar melhor as articulações adjacentes, como a coluna lombar e o quadril.

Ao aprender a ter estabilidade abdominal, a articulação sacroilíaca não será capaz de se mover tão livremente no ligamento iliolombar e articulação lombossacra.

Ao aprender a ter controle apropriado no quadril, a sacroilíaca será desafiada a estabilizar pelo quadril, que requer mobilidade. Técnicas apropriadas de agachamento e de padrão de flexão do quadril (N.T: Ou como os americanos chamam: Dobradiça do quadril. O mesmo padrão de movimento usado em um levantamento terra) funcionam muito bem nesta população, especialmente porque eles têm problema ao sair da cama ou de levantar e sentar em uma cadeira.

Considere ver um especialista em movimento se a dor na articulação sacroilíaca não está passando.

Como sempre, é com você.

 


 
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